Um dia desses uma amiga estava toda feliz falando que na festa do dia anterior tinha ficado com o Sr. Dos sonhos, e que ele tinha sido maravilhoso, que o beijo era uma delícia, que dava liga sabe? Tinha pressão! Ela pulou de alegria contando que ele pediu telefone, orkut e msn tudo de uma vez. Não sei em quantos segundos a conversa mudou do 8 para o 80, e o cara deixou de ser sonho e virou pesadelo, mas o fato é que ela ficou paranóica. Enquanto eu escutava ela falar, tentava entender o que é que tinha dado de errado, e percebi como as coisas evoluem!
Se uma das broncas clássicas da mulherada era o tal do telefonema do dia seguinte, hoje em dia as coisas desbancaram de vez. Agora é o scrap da meia hora depois, o emotion simultâneo, o comentário no post do blog (não esqueçam de fazer isso), e é claro, o torpedo do minuto seguinte...
A dona Maria da ansiedade baixa na gente, nos acompanha o dia inteiro, dorme do nosso lado – quando nos deixa dormir direito, causando um tic nervoso cada vez que apertamos f5 para atualizar a página de recados, ou quando olhamos o celular pra ver se deixamos de ouvir o bip de mensagem chegando.
Se Graham Bell achava que ía deixar todo mundo louco quando inventou o telefone no século XX, mal sabia ele que a nossa inquietação ia piorar com a vingança do mundo nessa versão mais nerd. Quando juntamos essa ansiedade a mil com a paixão, que naturalmente já é um sentimento de emergência que anda na contramão, aí é que desparafusamos geral.
Ahhh amiga, a conversa esquentou no msn? É o sexo virtual, que entra com velocidade de banda larga no pacote da “evolução”. Em cinco minutos a coisa ferve, cheira, sai fumaça e você mata a fome em uma espécie de “miojo sentimental” que sacia vontades instantâneas.
Para os amigos, então, mestres antigos na arte da rapidinha e da falta de atenção, mal levanta a fervura e já era, partem para a próxima emoção express.
O melhor de tudo é que você, sendo esperta, pode virar o jogo contra o machismo, e deixar esses marmanjos literalmente na mão. Sacou?
